Tuas Mentiras

Havia o sol, havia o céu e o mar

uma lua no horizonte mansa e calma.

Estrelas cruzavam o céu deste amar

Pintavam de azul o tom de minha alma.

Fizeste-me acreditar que era minha

a maior, a mais viva e louca delas.

Vi brilhar em tuas doces letras belas,

O falso amor que em cada frase vinha.

Cintilantes, sem cor ou sem massa,

na ilusão de um dia seco e quente.

tua palavra, sem sentido passa

Voando pelo ardor de tua mente.

Volumosas e aparentes, pareciam

querer sugar por entre os diferentes vãos

um tesouro, escondido pelos grãos,

que de belas fantasias fenesciam.

Teu interesse vil, severo e enganoso

fez surgir minha riqueza, uma ilusão

Que cantava em tom melodioso,

E era luz; um sol na escuridão.

Mentiras brotaram, assim, qual peixes

na superfície de um rio envenenado,

fazendo ressurgir do chão os feixes

na imensidão de um vazio condenado.

Tua alma cinza-chumbo como a noite

sumiu, então, no triste vão da madrugada

tal fumaça no ardor de um mero açoite

ou o calor no asfalto desta estrada.

Restou-me a flor que ora coloco em cada linha

em cores nos poemas submersos

Triste, morta de esperança e vinha

Que dia a dia comporão todos os meus versos.

Até que finde o meu dia no horizonte

E a vida não seja mais que lança em riste

Verás nascer dos desertos que deixaste

o mais belo campo de flores que já viste.

Sol Galeano
Enviado por Sol Galeano em 03/10/2013
Código do texto: T4509467
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