A lágrima do Anjo

A LÁGRIMA DO ANJO

Foi naquele dia,

Que o anjo chorou, pela rebeldia,

Que aos homens consumia,

A louca vaidade,

A vida tresloucada,

Nas grandes noitadas,

Entre drogas,

Tormentos, mortes e desalentos

Crianças nuas, sem esperança, sem sopa,

Pão ou sandálias

Nem migalhas de carinho,

Naquele dia,

O anjo chorou

Sentado naquele banco da praça,

Ocultou suas asas,

Seu rosto angelical,

Conheceu o império da maldade

A crueldade, suas vítimas a ceifar

O anjo chorou...

Suas lágrimas inundaram

A praça, as pessoas passavam

Na pressa de todos os dias,

Pareciam não se ver,

Os sapatos molhados

Com as lágrimas do Anjo,

O sangue dos inocentes,

O grito dos dementes,

Nada chamava atenção;

O Anjo debruçou encostou a cabeça nos joelhos

Nesse instante as nuvens do céu escureceram,

A chuva misturou-se com suas lágrimas,

Agora cobertos por enormes guarda -chuvas

Nem boa tarde, ou bom dia...

Adiante pessoas catavam restos

Na lixeira da esquina,

A mãe chorava,

Na porta da padaria,

Mendigando um pão,

O menino fumava craque,

O velho era atirado na calçada

O ladrão sua carteira furtava,

O Anjo num acesso de ira...

Arrancou suas asas,

Seu grito ecoou...

Pelos quatro cantos do universo

A terra se abriu

A todos tragou...

O Anjo seguiu seu caminho

Conduzindo por outros Anjos , de repente...

Lança o olhar pela devassidão, lamenta o destino dos homens,

Tragados pela vaidade e ambição,

Pela última vez, o Anjo chorou...

Polly Hundson

polly hundson
Enviado por polly hundson em 18/10/2013
Código do texto: T4531438
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