R.I.P

E hoje provavelmente só o teu quarto me faria bem

Deitar no teu tapete, contemplar as estrelas do seu telhado

Ouvir as musicas somente nossas

Acompanhar um drink com uns tragos.

Hoje a tristeza pegou meu coração

Não penso que seja a morte ou

Qualquer coisa com razão.

Penso na tristeza como algo que completa

A boa sensação de que se vai morrer.

Morrer aos poucos

A cada passo

A cada beijo

A cada dia desgovernado.

Nervos em frangalhos!

Sentimentos profundos demais

Para um coração tão mortal.

E hoje tudo me faz mal

A sua ausência e a sua alegria

A distancia tão grande entre nós!

Hoje só queria olhares diferentes

E vozes de índio

A leveza no meu corpo

Quando desisto de tudo e deixo

As mãos do tempo me levarem.

Para lugares distantes, intocáveis pelos pés

Sombrios no pensamento

Lugares de lamento

E canções para sempre lentas.

Flautas na noite.

Morrer é o grande alivio.

Hoje me deitaria...

Morreria no fundo dos teus olhos

Queimaria nos teus braços

E voltaria amanha!

Nua e fraca, na calçada.

Eu voltaria!

Hoje eu só morreria...

Mas não quero morrer para sempre.

A vida as vezes é boa.

E eu não quero morrer.

Quero?

Não.

Hoje eu so queria

O tapete no teu quarto

O cheiro do teu corpo

E olhares de índio.

R.I.P Lou Reed.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 27/10/2013
Reeditado em 27/10/2013
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