MENDIGO

De madrugada inda na fria brisa,

que no alvor fustiga o fim do sono,

uma friagem resvala e desliza

no corpo sentimento de abandono.

Uma coberta recaída ao chão,

no desmazelo noturno de alguém,

são tantos sonhando na escuridão

que não percebem que outro dia vem.

Enrolando-se em gotas de orvalho,

sem cama, sem colchão, na laje fria,

e quando a luz lhe chama ao trabalho,

nem se desperta ao nascer do dia.

Vê correndo o mundo quando acorda,

seu pensamento já está no anoitecer,

sem um destino beirando a sua borda,

só lhe restando a hora de morrer.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 30/10/2013
Reeditado em 06/12/2013
Código do texto: T4548423
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