A Cada Dia Mais Fraco

Por enquanto hoje, agora, a lua não subiu como antes

Ascendia na janela do meu quarto me confortando em seu brilho

Para dormir numa paz eterna que dele me chega

Na alegria de que no outro dia eu acordaria e permaneceria sorrindo

Mas hoje, agora, seu brilho é fraco, cansado e triste

Brilho no qual escrevo estes versos sem importância

Sem força e vontade como eu estou agora

Um filho estranho que nenhuma dádiva recebera

Versos finos, espontâneos e sem graça que surgem escondidos na noite

Temendo que alguém acorde e me pegue aqui na lamentação

Prestando atenção em cada barulho, mas desconfiando de tudo

Apneia maldita que me enche de medo!

Mas sem querer, dormi mesmo com a lua brilhando fraca

Pois eu estava mais fraco do que ela

Agora nego dores e presenças para escrever

Temendo que esse texto não resulte em nada

Lua fraca, coração fraco

Sentimentos nos envolvem fazendo-nos perder o rumo

Do caminho de uma vida que julgamos normal

Da graça natural para um ceticismo barato

De uma pessoa cuja personalidade natural era a mais feliz possível

Não se importando com nada nem ninguém, não era alvo

Sorria sem querer saber a cara que fazia

Até que no fim do ano a chuva fez me reencontrar com o amor

Fazendo-me voltar no mesmo estranhamento

Já reparado até por quem não me conhecia

Porém estagnado numa realidade dura e concreta

Ao gosto da vida foi quando comecei

Perdi um pouco de minha alegra

Os acordes e versos não saem mais com o poder de antes

A música, humor, atuação, escrita, filosofia

Tudo vai se apagando como o ultimo brilho da lua

Muitas digressões neste texto foram dadas pelo tempo

Agora, por exemplo, a lua está atrás das nuvens

Ainda fraca como eu estou...

Escondendo-me na treva da consciência, remorso.

Luan Tófano
Enviado por Luan Tófano em 31/10/2013
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