vasculhante

como as badaladas da meia-noite

meu coração está triste e olha o teto

entra no meu quarto uma mariposa

aproveitando o vasculhante aberto

na cabeça brota a ideia louca

de se pudesse ir nas asas desse inseto

e pousar onde ele do seu voo pousa

talvez um jardim de ambiente mais quieto

e ali esquecer que a vida é uma cousa

vã, obscura e por demais incerta

mas a mariposa bate no ventilador

corta sua asa e faz forçado pouso

na escrivaninha onde ponho

meus versos dentro de uma gaveta

e esses meus versos são de dor

que a gente vive, sofre, mas não confessa...

Julio Dias
Enviado por Julio Dias em 21/11/2013
Código do texto: T4580224
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