LÁGRIMAS DA INGRATIDÃO

Quem és tu se não a sombra de um passado,

Um lapso de memória que incomoda meu sorriso,

Um suspiro agonizante que de um coração torturado,

Um pedaço da história que deve ser esquecido.

Um erro que cometi e que até hoje vivo pagando,

És também a visão turva do meu triste olhar,

És minha vida sofrida aos poucos se definhando,

És também do meu espírito o mal estar.

És a lágrima mais lenta que queima o meu rosto,

És na minha vida a prova da ingratidão,

És da minha ceia o vinho sem gosto,

Foste a ilusão dos meus olhos que feriu meu coração.

Quisera eu nunca ter cruzado teu caminho,

Não teria recebido os espinhos das rosas que te ofereci,

Quem dera ter nunca provado o toque dos teus carinhos,

Quem dera fosse verdade dizer que te esqueci.