O jogo da morte

Como as pessoas são solidárias.

Mas só no lixo e na morte...

Os lixos vão "piano", calados,

Para os lugares mais escrotos;

Resignadamente misturados.

Ricos e pobres com suas sujeiras.

As pessoas se abraçam

Até com mendigos podres,

Quando estão desesperadas,

Se afogando nas borras,

Nos próprios escarros, cigarros;

Nos rios, nos mares e igarapés

Dessa louca e sufocante vida.

Santa Maria que o diga;

É testemunha viva da morte.

Como as pessoas se abraçavam

Na hora do jogo mortal,

Naquela boate com nome de beijo.

Ironia do cruel destino esse nome...

Quanta humanidade e carinho,

Quanta graça e solidariedade...

Gente que tinha nojo de outras,

Morreram boca a boca.

Tete a tete, frente à frente,

Cara a cara, dente a dente;

Que coisa nobre e mais rara...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 11/12/2013
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