Por quê?


Por que você me deu a mão, quando sucumbia
e me afogava em meio a meu próprio pranto,
me ressuscitou para a vida com seu acalanto
e me fez renascer para a vida, para a poesia?

Por que você não permitiu que eu sucumbisse
naquele momento em que nada mais acreditava,
em ninguém, por que você disse que me amava,
e sobrevivia indiferente ao que mais existisse?

Por que você me acolheu e agasalhou nos seios,
em suas coxas, em seu ventre, em seus desejos,
por que se entregou inteira a mim, assim sem pejo,
incutindo-me esperanças de persistir, sem receios?

Não devias ter permitido que eu sobrevivesse
àqueles momentos em que você me viu prostrado,
para que hoje, após julgar que tinha reencontrado
o amor, você se vá, bem melhor então que eu morresse.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 21/12/2013
Reeditado em 23/02/2017
Código do texto: T4620137
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