[Do natal, quero de volta as ilusões]

Do natal, quero de volta as ilusões

Da meninice, a ingenuidade...

- Época em que a vaidade

Não sujava dessa noite as canções -

Mas brilham luzes, o olhar escurece;

Levantam-se árvores, caem as mãos;

Cheios outros braços, meus vazios ao chão;

A chaminé solitária e Noel que não desce...

Ah! Fossem meus olhos cerrados

E o coração cheio de fantasia,

Ao invés dessa nostalgia

E desse olhar tão salgado!

Quisera o sonho que compartilhávamos

Antes de sujarmos nossas vidas

– Época em que minhas feridas,

Eram só sinais de que brincávamos –

Mas brilham luzes, o olhar escurece;

Levantam-se árvores, caem as mãos;

Cheios outros braços, meus vazios ao chão;

A chaminé solitária... e Noel que não desce!