noite poética

Naquela noite todas as portas se abriram

E eu intimamente estranhei

Acostumada com portas trancadas

Segredos não revelados

Olhares enigmáticos

sisudez e silêncio.

Naquela noite o tapete vermelho que me

Estenderam

Me parecia longo demais.

A noite também parecia também arrastar-se

E gritava dentro de minha surdez

Uma sensação ruim de incômodo

Naquela noite, o candelabro polido

Parecia feio

Os sapatos polidos e engraxados

Pareciam velhos

A bolsa tinindo e brilhosa

Parecia encardida

Tudo, enfim

Estava coberto de névoa

E mágoa.

A tristeza borda signos

Que incandescem

Queimam até o último suspiro

E das cinzas

Os olhos rotos

Famintos carcomiam as

Cores do jardim

Naquela noite

A lua parecia um pires sujo.

E o bombril

Era talvez a única coisa

Sensível que me ocorria.

Naquela noite

O luxo de ter você

Havia se esvaído.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 26/04/2007
Código do texto: T465209
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