A minha ribalta...

Eu não sei qual é a dimensão dessa dor,

Se o que eu sinto é saudade da vida,

Ou de alguém que partiu de repente,

E além de não ter dito adeus,

Não me deu tempo de dizer “eu te amo”...

As luzes da minha ribalta se apagaram,

No meu palco tem somente lágrimas,

Estou perdido no meio dessa solidão,

Que não sabe qual a hora da partida,

Nem qual o navio que deixará o lenço branco

Cheio de distancia e platonismo...

Não sei se esse instante é efêmero,

Ou se é eterno o estado de angustia,

Sei que meu coração se derrama como luzes que se apagam,

E nesse estado de poesia,

A ilusão se foi com o vento,

com a eternidade de minha vida...

Hoje sei que não haverá outro coração renascido

Nenhuma fênix que possa me beijar tranquila...

Quero apenas chorar essa dor latente,

E mergulhar nesse lago de profundo gozo...

Não quero a paz sonora de um olhar,

Quero o caos do amor na saudade, na distancia...

Sei que a função de escolher o dia é simplesmente meu,

Que a vida me ensinou como caminhar pelo escuro...

Sei que os meus nervos enrijecem na tristeza,

E que minha voz embarga em toda despedida...

Mas o que será de mim sem minha historia,

Sem um coração completo?

Eu nunca vou me perdoar em deixar que minhas palavras morram,

Em deixar que minha dor se cale,

Mas, principalmente, se eu deixar que esqueçam

a intensidade de cada instante,

que foi a minha vida,

em cada verso que hoje a própria vida matou em meu peito...

Eu sou um barco a deriva,

Um vento, uma pedra,

Eu sou o que eu não sei,

Como a lágrima de um parto,

Caída dos olhos de um pai...

Andrew de Castro Rodrigues
Enviado por Andrew de Castro Rodrigues em 27/01/2014
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