Medo e Melancolia

Descubro o rosto marmorizado,

lívido, pela morte do amanhã,

que tal abutre anseia devorá-lo.

Desejo avistar o belo assustador

para além da caverna silenciosa

e negra dos meus pensamentos.

Quero sentir o perfume do fel

e o gosto do sacrifício humano

que me queima a garganta.

Preciso rebater para além dos medos

o malefício transcendente das visões,

mas como espectro não consigo nada.

Não posso entender o crescente vazio,

sem início e fim, sem sujeito ou objeto,

que me encarcera em mim... assim...

Nefertiti Simaika

Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2011 - 23h32

Nefertiti Simaika
Enviado por Nefertiti Simaika em 30/01/2014
Reeditado em 30/01/2014
Código do texto: T4671487
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