Pouco de dó

A solidão de uma só pessoa,

Não é vazão nem sentimento atoa.

É colisão, é tempo que voa,

como temporão feito em brisa boa.

É sólida sua superfície,

Imprevista uma só tolice.

É mal de quem não soube amar,

Daquele que ama e se deixa levar,

Pela consequência do que faz,

Pela vã sensação da falsa paz.

Em tempos assim, o que é só

Só se faz até o fim, não adianta dó,

Nem choro sobre mim.

Antes teu riso só,

Teu beijo ou coisa assim,

Do que o pouco sentimento

Que ainda vive em mim.

Antes teu choro sem lamento,

Do que uma vida perdida sob o fim,

Sem alegria só sofrimento,

Por te amar demais, de mais além de mim.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 14/02/2014
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