Regresso
Um dia desses suspeitei que havia morrido...
Não me perguntem como ou quando...
É muito nostálgico.. talvez o receio,
Só sei que me veio... no entanto...
Era como se eu estivesse nú, desprevenido;
Percebia lastimosos ruídos, e amargava crianças chorando...
E isto se fez por muitas décadas... sem amanhecer...
Meu eu sem conhecer, era puro abstrato... um coro de vozes... estranho...
Queriam me dizer algo... moviam-se e calavam seus gemidos... sempre quando eu tentava...
Estava muito gélido, conseguiria me sentir a distancia... meu frescor era tamanho...
Dos sustos vieram sombras e eis que via tenebroso, aqueles pensamentos nascerem sem semente,
Pois nao foram plantados, ao menos regado, sequer uma vez... mas nasciam.
E as suas folhas me cercaram e levantei-me para olhar a imensidão de seus olhos..
Absurdo humano aquilo que via... nem acreditava que fosse reencarnação do que se movia...
E se fez aberto meus olhos, que mergulhados em transe incomum... via a si mesmo..
A imagem e semelhança de um poeta que a si mesmo temia.