Forçada a partir.
Ah, se perdemos a noção da hora, do tempo... o universo é pequeno, se juntos jogase-mos tudo fora, e sairiamos nús correndo ruas, canteiros e rios...
Me conta agora como hei de partir?
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos planos, rompi com o mundo, queimei minhas roupas, deixei meus amigos, e minha familia não me quer mais. Me diz pra onde é que ainda posso ir?
Se nós, nas travessuras das noites eternas, já confudimos tanto o nosso corpo, colado, quente e apressado na rápidez de uma embriaguês...
Joguei minha sorte no ar, e deixei decidi-lá onde pará, só para vc chegar. Se o meu coração é uma bagunça, não tive culpa, meu sangue errou de veia e se perdeu como poeira no deserto.
Nós se amamos feito dois ateus, meus seios ainda estão em suas mãos. Me explica com que cara vou sair? Acho que está se fingindo de tonto pra melhor e sair.
Te dei meu coração, para tomares conta.
Agora me conta, como hei de partir.