Asas rasgadas

A chuva bate na vidraça lentamente

a apatia envolve-me suavemente

refugio-me nos meus pensamentos

a solidão dança em volta de mim

congelando todo meu ser

transformando a minha vida num mar turvo.

Escondo-me, pequenina, timída, enjeitada

desde o nascer do dia enublado.

Trago as minhas asas rasgadas

sofro os meus golpes de raiva

Eles pensam que me conhecem

nem eu me conheço a mim

mas continuo a ensaiar

a tristeza com um sorriso.

banho-me num rio de esquecimento.

Isa Castro
Enviado por Isa Castro em 05/09/2005
Código do texto: T47717