CRIANÇA MENDIGA

É pelos olhos fúnebres

E fundos

Que se revela a fome canina

Por não ter alguém que te dê, de comer

É pelos seus pés descalços e poeirentos

Que aos olhos meus,

Lágrimas se rolam

Pela dor que à ti te atormenta

E a mim também

Por não saber onde tirar a água que sacie a sua sede

Por não teres onde te abrigares

Porque carente de tecto tu és,

Oh! Anjo pequeno, tu que ainda por muito tempo não viveste…

É consigo que a tristeza já reside

E já comeste o pão que o diabo amassou

Oh! Gente de palmo e meio

É a vós que se devia dar afeição e o carinho,

Mas mal vos tem sido dada.

Oh! Que mundo enigmático

Que tu e eu residimos!

Moisés António
Enviado por Moisés António em 02/05/2014
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