Torre de Marfim
Quando distraído passeio
Por um belo jardim
A entreter-me com soluções aos enigmas
Deparo com a Serenidade
E todos os enigmas se suicidam aos abismos
Por longos séculos nos beijamos
Nada era mais necessário
E as estações desfilavam
Uma a uma em pura exaltação
Até o Tédio intrometer se
Com sussurros apáticos
E a Serenidade em pranto me disse adeus
Agora ando perdido
Por um tempo sem encanto
Como um belo poema
Trancado num baú qualquer
E que nunca será apreciado
A solidão colhe saudades
Com flores pra enterrar
Em meu peito ferido por flechas envenenadas
Adormeço em alguma sepultura
Talvez no fim do caminho
Irei despertar numa noite silenciosa
Abraçado com a Serenidade em um leito eterno
Onde poderemos criar as mais belas ilusões
E não haveria mais lagrimas pra nos afogar
Em angustias mutiladoras de sonhos
Na Torre de Marfim iremos contemplar
As Pacas trançar teias de contos intermináveis......