Suicida

Estou cansado

Dessas vozes

Altas e amarguradas

Mesquinhas e injustas

Dessas vontades obscuras

Interessadas egoístas e impuras

De um dar que quer de volta

De uma saudade que domina

E que não deixa a vida acontecer

E dessas vidas que me cercam

Me sufocam e me sujam

De sentimentos de revolta e amargura

Cansei dessa sua covardia

Simpatia com o que é fácil

O que é triste

Esse arrastar de entulhos

Tanto ferro velho alimentando

Sua alma de anemia

Estou morrendo

Envelhecendo aos pouquinhos

Muito mais do que deveria

Com meus vinte aninhos

Entalado, engasgado

Com um grito que vem de dentro

Que não sai

Dói demais

Olhar nos seus olhos

E dizer adeus

Eliézer Santos
Enviado por Eliézer Santos em 10/05/2014
Código do texto: T4801659
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