Lágrimas Invisíveis
desde os confins do universo
dos mares mais remotos
eu choro
sim, eu choro
nada heroico, hebraico, grego
algo fraco,
transparente e suave
não, eu não sou um poema de homero
estou mais para a azul fraco, bem fraquinho
do ceu, quando tem aquelas nuvens, sabe?
o azul mais clarinho, mas que também simboliza o infinito
não que não tenha fim
mas sou imenso,
toda a fúria de calma
do oceano mais profundo
e da escuridão do abismo universal
sobre ela diz meus olhos
eu estou sobre o mundo, de leve
eu vejo tudo
e tudo isso é meu também
a luz, eu sou a luz
a luz que ningém pode ver
a luz mais fraca e transparente
a luz que não existe
não pode fazer nada
eu sou o tudo, aquele que é nada
eu sou a sua mente, apenas sua imaginação
eu sou a luz do poder
oculto
do poder misterioso
do mistério mais secreto que existe
que de tão secreto, nem eu mesmo sei
nem eu mesmo existo
eu choro, porque é só o que posso fazer