Lágrimas Invisíveis

desde os confins do universo

dos mares mais remotos

eu choro

sim, eu choro

nada heroico, hebraico, grego

algo fraco,

transparente e suave

não, eu não sou um poema de homero

estou mais para a azul fraco, bem fraquinho

do ceu, quando tem aquelas nuvens, sabe?

o azul mais clarinho, mas que também simboliza o infinito

não que não tenha fim

mas sou imenso,

toda a fúria de calma

do oceano mais profundo

e da escuridão do abismo universal

sobre ela diz meus olhos

eu estou sobre o mundo, de leve

eu vejo tudo

e tudo isso é meu também

a luz, eu sou a luz

a luz que ningém pode ver

a luz mais fraca e transparente

a luz que não existe

não pode fazer nada

eu sou o tudo, aquele que é nada

eu sou a sua mente, apenas sua imaginação

eu sou a luz do poder

oculto

do poder misterioso

do mistério mais secreto que existe

que de tão secreto, nem eu mesmo sei

nem eu mesmo existo

eu choro, porque é só o que posso fazer

Ronaldo Polo
Enviado por Ronaldo Polo em 18/05/2014
Código do texto: T4811335
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