Dissonância

Negando, puxando pra si os atos

Distorcendo toda a realidade comum

Num som de bateria, bumbos, pratos

sem baquetas, a socos e pontapés

e voz grave, dissonante, insultante

Espalhadas no chão desordenadamente

as orações sem sentido, sem nexo, sem razão

no sentido da revolta elas se perdem

já que se perdeu a fé... ou nunca se teve.

Em 1984 não houve permissão pra amar

nem pra pensar, nem pra agir...mortos vivos,

zumbis, Deus existia e os querubins matavam a seu bel-prazer.

Não adianta ser inteligente, precisa ser MENTIROSO

Mentir, muito, até as mentiras se tornarem verdades

e os intligentes sucumbirem nas mãos da plebe conformada.

E, enquanto isso,

arrumar um Judas pra ser malhado a cada dia,

como se a culpa fosse mesmo dele.

Ou, então, malhemos a Jesus.

Ele não tinha culpa de nada;

mas quem disse que isso é importante?

Elise Garcia
Enviado por Elise Garcia em 10/05/2007
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