Game over

Que pena ter que usar minhas sete chaves,

Como se mal quisesse o que mal nem quero;

paciência mesmo grande acha seu termo,

E a minha achou o seu, para ser sincero...

A lupa intrusa que vasculha o que escrevo,

Se atreve onde não deve, pisa o bom senso;

Acha que sou a folha que falta no seu trevo,

E me apedreja pelo que imagina que penso...

É sempre fatal o uso errado da liberdade,

E aí está uma coisa excelsa que muito prezo;

Não lego a quem não sabe da missa a metade,

O direito de pretender ensinar como eu rezo...

Sopra um cisco em meu olho não vê sua trave,

A chave, reitero, é apenas um triste recurso;

Minha pauta musical não comporta essa clave,

Devanear o plano “B”, com o “A” inda em curso...

Uns domam no jeito, outros, na espora, no relho;

Diversidade do ser e agir é muito comum, enfim;

Sei meus limites, mas, tenho brio, e claro, espelho,

Entretanto, apesar do que vejo, eu gosto de mim...