Em praça

"Ah, se você, caro amigo, pudesse fazer

Levar consigo este peso em meu coração

Na tristeza eu não sinto mais prazer

Mas você acaricia meu rosto, me causando comoção.

Este lindo recanto possui traços da minha história

Grandes emoções eu desfrutei por aqui

Um lugar deste universo que marcou minha trajetória

Lágrimas, alegrias e novas faces do meu mundo eu descobri.

Sentado neste banco e vislumbrando o desejado

O vazio humano em meio a natureza avivado

Ao mesmo tempo preso e devaneando o almejado

A liberdade que há tempos queria ter conquistado.

Queria? Não terei mais esta oportunidade?

Porque determino isso com breve facilidade?

Estou abarrotado de confusões e receio pela doentio ansiedade

Que tanto ofusca a factível glória, deixando-me longe da felicidade.

Sob este banco me acanho todo e cruzo os braços

Desfruto as carícias gélidas do meu amigo vento

Contemplo a dança das árvores sem sair de seus passos

Ainda vejo a natureza com uma nobre arte e singelo talento.

É nesta pequena praça que desabafo minha dolência

Com a diminuta fé de que o amanhã pode ter boas emoções

O flagelo também faz parte da vida, agregando experiência

Nada é cem por cento ruim, tenho que lidar com quaisquer tensões.

Agora terei que partir, para os confins da minha mente

Aos sonhos, somente com a passagem de ida

Não querer mais acordar é um desejo nefasto bem conveniente

Não incomum de acontecer, de cometer um atentado suicida.

Moraes IV
Enviado por Moraes IV em 10/07/2014
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