Em praça
"Ah, se você, caro amigo, pudesse fazer
Levar consigo este peso em meu coração
Na tristeza eu não sinto mais prazer
Mas você acaricia meu rosto, me causando comoção.
Este lindo recanto possui traços da minha história
Grandes emoções eu desfrutei por aqui
Um lugar deste universo que marcou minha trajetória
Lágrimas, alegrias e novas faces do meu mundo eu descobri.
Sentado neste banco e vislumbrando o desejado
O vazio humano em meio a natureza avivado
Ao mesmo tempo preso e devaneando o almejado
A liberdade que há tempos queria ter conquistado.
Queria? Não terei mais esta oportunidade?
Porque determino isso com breve facilidade?
Estou abarrotado de confusões e receio pela doentio ansiedade
Que tanto ofusca a factível glória, deixando-me longe da felicidade.
Sob este banco me acanho todo e cruzo os braços
Desfruto as carícias gélidas do meu amigo vento
Contemplo a dança das árvores sem sair de seus passos
Ainda vejo a natureza com uma nobre arte e singelo talento.
É nesta pequena praça que desabafo minha dolência
Com a diminuta fé de que o amanhã pode ter boas emoções
O flagelo também faz parte da vida, agregando experiência
Nada é cem por cento ruim, tenho que lidar com quaisquer tensões.
Agora terei que partir, para os confins da minha mente
Aos sonhos, somente com a passagem de ida
Não querer mais acordar é um desejo nefasto bem conveniente
Não incomum de acontecer, de cometer um atentado suicida.