Secura vem dizer adeus
Vinde a mim gado minguado,
Ressecada, a rês sem cauda.
Esse couro que secou-se
Isto é secura, e vê se cura...
Esse couro que se come
Ou some homem de fome,
Com mágoa desta falta d'água
E da aridez de nenhuma lágrima.
A atenção constante é a maior causa
De uma tensão causticante e sem pausa
Que marcou a ferro vincos na minha alma.
Só sinto que teci este sucinto lamento
Por ser tão seco, o meu ser tão sedento,
De um sertão inteiro ardendo dentro do peito,
Pelo deserto que de certo foi o meu companheiro,
E que hoje deixo seguindo o canto que lancei ao vento.
Secura venha me dizer adeus, porque eu estou deixando você