Relato a Lastima

Relato a Lastima

Mas de que adianta ser poeta

Se dos prazeres da vida não há de se gozar

na boêmia das lastimas do sofrer cantar

entre letras e liras de alguém que ha de amar,

Canto, liro e morro

Sofro da alma

e dos venenos da vida,

O tempo corre

A morte chega;

O frio cobre o coração

da crueldade faz-se as falas

petrifica e retorce a batente maquina,

já não viva, já não sua

e quem antes andava nua

veste a manta da vergonha

Canta o hino do covarde

E hoje como tal

Se esconde entre o manto

e entre o tomado pudor

Já não sente mais a dor

de tão triste ficou pequena

agora suavemente envenena

e mata devagar...

Sorri na ironia

e chora gélida,

Canta distorcida,

O pranto se derrete

O sangue ferve e esfria;

Conta as tragédias

aos surdos ouvidos

finge que ouve os lamentos que dizem

e faz-se nada novamente...

Morreu três vezes

em só uma vida!

Amou uma vez,

em mais de dez amores!

Lastimou, Cantou

Chorou, amou

ficou pequena,

cruel, resmunga e reclama

entre os prazeres da cama

a dor de quem ama.

E assim finda

mais uma poesia que cessa

o pranto que recessa

a dor de quem muito vive

numa curta vida que corre

durante as lentas lagrimas de sangue

Que do pálido rosto escorre.

(Rafaela Duccini - 18/5/2007)

R Duccini
Enviado por R Duccini em 18/05/2007
Reeditado em 16/02/2008
Código do texto: T492286
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