VAZIO

VAZIO

A saudade invisível,

silenciosa,

indescritível...

destrói

e como o mostrador

de uma bomba relógio

marca as horas passando;

como um ponteiro agudo,

raspando na dor do peito oprimido.

A ausência brilha no escuro,

ofusca a noite, reluz contra o sono,

como a navalha que corta...

corta a emoção...corta a alegria,

esvazia a ilusão, enche o medo.

A ausência permanece clarão

na noite

e só ao amanhecer apaga o sol,

esquece a hora de acordar

e escurece o brilho da vida...

tentando desfazer o espectro

da presença

que deixou de ser realidade.

E por mais que transpareça

a dor de uma saudade,

nunca vai demonstrar sequer,

meia fagulha

do sofrer de quem padece,

por quem partiu de vez.

JOYCE RABASSA