As artérias e veias da Terra
O Nilo e o seu legado.
O homem e o seu pecado.
Amazonas, Madeira, Negro, Solimões
e os sermões para salvar o doentinho Tietê.
Artérias e veias.
Rios e seus afluentes:
o jorrar e o renovar.
Mississippi, Niger, Paraná.
São Francisco e o Doce das minhas lembranças.
Danúbio, Indus, Eufrates, Tocantins.
Paraguai, Uruguai,
Tejo e o que eu desejo, nunca vi.
Sena e dá pena o sagrado Jordão.
O Hudson, assustador.
Tibre, Tâmisa,
Guaíba.
Só se sobrarem almas penadas
é que vai faltar água no planeta
e se faltar, nossas lágrimas vão completar,
numa verdadeira enxurrada,
pois haverá muito o que chorar.
É só começar a replantar
a planta roubada da mata ciliar.
Redundância?
Redundante é prosseguir com o que é preocupante,
continuar desmatando e não se preocupando.
O nosso futuro não vem mais de canoa
e sim num barco a motor,
tão barulhento quanto o tormento,
que ameaça nos atormentar.
Artérias e veias.
Rios e seus afluentes.
E tudo ligado ao coração.