LIBERDADE

Liberdade

Na sela do meu quarto escuro, meã de sentimentos,

Sou eu o caustico estigmata dos sonhos teus.

Sou nada do que sinto, sinto que nada sou de meã,

Escuro e sólido, consolido meus ais de ilusão.

Quisera da águia ser as asas, de seus olhos a lagrima,

Da quimera o ilusório sonho, da ilusão o sim e o não.

Sou nada do que sinto, sinto que nada sou de meã,

Absurdo e sólido, consolido meus ais de ilusão.

Do garoto o brilho no olhar, dos amantes o prazer de se dar,

Do brinqueto o gosto de brincar, do amor o medo de amordaçar. Sou nada do que sinto, sinto que nada sou de meã, obscuro e sólido, consolido meus ais de ilusão.

Do correr o vento à face que a sente, do grito a euforia de um desejo que se não contraria. Do campo, Flores despetaladas, da noite, o chão salpicado de estrelas. Sou do que sinto, sinto que sou de meã, ilusório e sólido, consolido meus ais de solidão.

Na sela clara do meu mundo escuro, à queda livre passam meus dias, passam meus gritos em silencio absoluto, passam... passam...passam. Sou nada do que penso, sou o que nada sou de meã, livre e sólido, consolido meus ais em contemplação.

Na existência que inexiste à sombra de surtos temporais, sou monólito. Na inexistência de coisas temporãs, existo entre um e outro ponto. Sou nada do que sinto, sinto que nada sou de meã, Escuro e sólido, consolido meus ais de ilusão.

Liberdade é o que se quer, quando ávidos aclamam os aturdidos, de mãos lançadas ao vento. Aos gritos, eufóricos, Sou nada do que sinto, sinto que nada sou de meã, Escuro e sólido, consolido meus ais de ilusão.