Folhinha: E a Boca Cheia de Queijo

Ando folhinha dobrada de escrever.

Amarrotada. Enrugada. Molhada.

É tanto mar.. tanto mar..

Depois de tantos acontecimentos gritantes,

(Acontecimentos “mudo-gritantes” acontecem todos os dias)

Recolhi-me. Emudeci(me).

Sai da “cena” e olhei lá de cima!

Comi um pedaço de queijo com a Lua

Que a tudo assiste em mudo horizonte.

Indigno-me - Rotina.

Poeirinha cósmica inútil estou e sou.

E não ecoa o silêncio meu.

Apenas ecoa no minúsculo pó(pensamento)

Que reside na poeirinha cósmica – Eu.

Ando folhinha dobrada de escrever:

Molhada de choro,

Enrugada do tempo de choro,

Amarrotada de tanto esperar sentada:

Por esta mesma paz que começa em mim.

Essa paz que só existe na consciência

(Poeirinha cósmica de cada Eu)

E é vasto o mundo.

Ando a congelar algumas cenas cotidianas

Na minha úmida retina e a boca cheia de queijo - Extasiada!

Folhinha dobrada, amarrotada, enrugada

De beijo, colo e espera - Paciente Lua.

Retina de poeirinha cósmica a minha.

Karla Mello

15 de Janeiro de 2015

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 15/01/2015
Reeditado em 09/11/2022
Código do texto: T5102141
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