beccaria7.jpg

QUE BOM!
 


Ninguém se alimentou
Dos teus pedaços
Que caíam pela estrada!
-Que bom!..

Pudeste recolher-te
No teu tempo, em reclusão,
Colhê-los na volta,
E, inteirando-se,
Te recompores do teu nada!

Alegra-me saber
Que as tuas dores,
Não foram agravadas,
Que não houve, entremeadas,
Outras punhaladas
Enquanto te cortavas...

Alegra-me saber
Que os retalhos da tua alma
Exposta em carne viva,
Já secaram
Sem o sal que me jogaste!

Foi bom saber
Que não houve dedos apontados,
Bruscas palavras
Provocando-te ainda mais sofrimento
Como quando me julgavas...

Ah, Que bom que estás refeito,
Que bom,
Que bom que não fiz nada!...


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 19/01/2015
Código do texto: T5106967
Classificação de conteúdo: seguro