Passa-dor

Vivi como errante passador.

Migrei por fronteiras sem fim

Com uma mão na frente e outra atrás.

Buscando um pedaço de mim.

De pés descalços, desencaminhei

o fluir dos ventos.

Em meu favor, mudei a estação das chuvas.

Na linha do trem, parei...

Joguei nos vales minhas luvas.

Tapei o vazio com areia vermelha.

Com pedra de margem de cerca

de arame farpado, prensei.

Na latência do sucumbir,

molhei com água de cachoeira...

essa dor que não passa!

Allisson Nato
Enviado por Allisson Nato em 26/01/2015
Código do texto: T5114986
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