De Braços Abertos
A cada dia vejo você se distanciando...
Vejo você alongando os milímetros
que nos unem.
Vejo você caminhando em direção
a minha antidireção
e indo para onde não pretendo ir.
Vejo você ir...
Vejo o choro que espalha quando passa
e as suas pegadas na lama das lágrimas.
Tenho vontade de gritar seu nome.
Tenho medo de gritar seu nome.
Tenho medo que vá; Tenho medo que fique.
Olho para trás,
e lembro que até ontem planejávamos o hoje;
hoje não temos o amanhã.
As cartas que me enviou estão guardadas;
as minhas, você guardará?
Olha,
antes de ir quero que saiba
que tudo que existiu foi verdade;
pura e real verdade:
Os beijos, os sonhos, os risos, as lágrimas,
as brigas e a saudade;
tudo verdade.
Pode ir,
mas saiba que estarei no mesmo lugar...
é só olhar para trás e voltar.
Estarei de braços abertos.
Talvanis Henrique
Carmópolis - Sergipe