Mãos Descarnadas

Mãos Descarnadas

Estas mãos de tempos virtuosos

De toque aveludado e cheio de luxúria

De encantadores versos voluptuosos

Preenchendo corações de calorosa euforia

Mãos que fazia tremer ao tocar

Delineavam corpos em pleno torpor

Traçavam doces rimas a declamar

Protagonizavam intensas historias de amor

Hoje mãos mórbidas e descarnadas

Trêmulas, impossibilitadas de versejar

Sem o suave toque, mãos enrugadas

Calos e ossos não poderão vos encantar

Assim fraquejam estas mãos poéticas

Que desbravaram almas mundo afora

Impiedosa ampulheta soa tão profética

Mãos descarnadas jazem a luz de outrora

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 03/06/2015
Código do texto: T5264840
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