Meu eu-lírico morreu de fome
Meu eu-lírico morreu de fome
nessa terra de fast-food.
Jamais o deixaria mendigar
leituras ou
gourmetizar suas escrituras.
Morreu de sede meu lirismo,
nesse mundo tão sedento
por supérfulo poetismo.
Morreu aos poucos meu
criticismo, nessa era
que todos discutem sem sentido.
Morreu um pouco, esquecido,
aquele poema rico, que não
teve o sabor de ser reconhecido.