Presa da Sereia
Saí da caverna e estou perdido na selva
Não sei pra onde vou,
Não sei o que fazer!
O tempo voa,
E eu aqui,
Parado, observando o corvo
Está a espera que eu pereça!
Mas meu coração diz pra eu me manter firme,
É difícil, estou sem forças
Tenho força apenas para chorar!
Choro, choro...
Mas lágrimas não vão me tirar desse charco
E sanguessugas sugam meu sangue.
Estou sem fôlego,
Assassinei minha intuição
E estuprei minha inspiração!
Tô pagando o preço,
Minha mente está necrosada,
Minhas mãos leprosas,
E minhas pernas sendo comidas por piranhas.
Pensei ser esperto, inteligente,
Pobre tolo,
Vejo que não passo de um verme,
Pensei que sabia de alguma coisa
E vejo a verdade bem distante de mim
E a única coisa que eu sei
É que não sei de nada!
Só sei que ainda estou vivo.
Quem é o ser humano no teatro?
Quem é o homem sem máscaras?
Ouço o barulho no matagal e já me assusto,
Sinto o poder cruel da sereia
Fui atraído e traído por ela,
Agora ela suga minha vida
Sereia maldita, chamada solidão!.