Elegia à vida longa mas pequena

Neste momento a morte me faz sábio,

revelando ante à névoa a minha vida.

Agora que esta foi por fim cumprida,

percebo o amigo e o vil adversário.

Minhas escolhas postas sob prova:

sei que os excessos não me foram maus,

mas a prudência, sim, legou-me o caos

e, no pesar amargo, o escárnio à cova.

Aqui, me tenho sóbrio e sempre são;

apenas o reflexo do eu antigo,

que agora aguenta o fardo: o mais doído

ressentimento em ter vivido em vão.

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 16/09/2015
Código do texto: T5384052
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