DESABAFO DE UM POETA

No dia que eu desvanecer

E sucumbir à tentação

Lutando pra não enlouquecer

Pra não perder meu coração.

Buscando ainda o apogeu

Só para me livrar da dor

Tento vencer quem me venceu

Tento lutar contra o amor.

Mas aos poucos me entrego

Pois já perdi a sensatez

O amor já me deixou sego

Então pereço outra vez.

E essa luta incessante

Já vejo que não faz sentido

O medo se fez diamante

E contra ele estou perdido.

E a pergunta que me faço

É se haverá saída?

O tempo apagou meus passos

E dissipou a minha vida.

E o meu ímpeto valente

Agora já foi quebrado

Estou preso por correntes

E eu já fui derrotado.

E imerso em tristeza

Não suporto meu estado

Tudo que tenho é fraqueza

E meu espirito abalado.

Então agora o amor

Se tornou uma espada

O que era paz, se tornou dor

O que era tudo, virou nada.

Nem sorrisos, nem alegria

Nem amor e nem paixão

Só me restou a agonia

Aliada à solidão.

Eu fico aflito e não tem jeito

Pois já entendo com clareza

Está cravado em meu peito

O amor em forma de tristeza.

Então murmuro pensamentos

Tal em forma de canções

Pois conta tanto sofrimento

Eu só tenho objeções.

Eu me encontro em desatino

E em completa desvantagem

E minha alma de menino

Já se encontra sem coragem.

Então me alcança a tempestade

E me atira ao chão

E eu sei que já é tarde

Pra sair da solidão.

E de modo mais sincero

Estou em busca de conselhos

Pois quando menos espero

A dor me põe de joelhos.

Nesta vida desolada

Sofrendo por falta de amor

Já não me sobrou mais nada

Até a sorte me deixou.

Vivendo só por viver

Busco um novo sentido

O que eu devo fazer

Pra vencer esse inimigo?

E falando a verdade

Já pensei em me entregar

Talvez seja muito tarde

Para eu me levantar.

Minha alma reluzia

Tinha vontade de viver

Mas essa vida vazia

Foi o que me fez perecer.

Enclausurado em um mundo

Que não em a menor dó

E o meu medo mais profundo

É de pra sempre ficar só.

Já estou sem paciência

Não suporto tanta dor

E até a minha consciência

Tenta evitar o amor.

E os suspiros dessa vida

Já refletem o que sinto

Vejo que não há saída

Deste grande labirinto.

E só restou o lamento

De uma vida sem cor

Devido ao sofrimento

Causado pelo amor.

Tento me manter consciente

Manter minha alma pura

Mas essa dor insistente

Rompe minha armadura.

Então fico vulnerável

Sem nenhuma proteção

Neste mundo miserável

Criador de ilusão.

A deriva nesta vida

E sem ter pra onde ir

Com a esperança perdida

Sem razões pra existir.

Totalmente inseguro

Vago em busca da verdade

Mas não vejo no futuro

Para mim felicidade.

Busco um sonho esquecido

Por toda humanidade

Que está subentendido

Nesta vã realidade.

Mundo de sonhos perdidos

Destruidor de ideais

O mundo dos esquecidos

De apenas meros mortais.

A tristeza vaga solta

Já não pode ser parada

Se a alegria era pouca

Agora não sobrou mais nada.

Preso neste universo estou

Sem poder sair, então espero

Sendo torturado pelo amor

Longe de tudo que eu quero.

A dor toma forma em sentimento

Tão pútrido e deveras letal

E só passa em meu pensamento

Que está perto o meu final.

Estou totalmente indefeso

Vendo o tempo passar

Nesta prisão estou preso

Com a dor a me torturar.

Para piorar meu estado

Vejo que tudo está perdido

O amor foi dizimado

E totalmente esquecido.

As lágrimas que regam a terra

Fazem brotar escuridão

Me encontro em meio à guerra

Entre a consciência e o coração.

A solidão me detona

A cada verso que escrevo

E a tristeza vem a tona

Pois amar foi o meu erro.

Ser poeta é difícil

Escrever seus sentimentos

E já faz parte do ofício

Ser esquecido com o tempo.

Henrique Anselmo
Enviado por Henrique Anselmo em 17/09/2015
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