SAMBA (NAVE DO PASSADO)

Tenho andado tão calado

Cabisbaixo e desolado

Pelos cantos da cidade.

Já não tenho mais o alento

Dos teus beijos ou os do vento

Nem o abraço da amizade.

Tenho andado tão sozinho

E assim, no meu caminho,

É difícil de seguir.

Sou refém dessa saudade,

Um órfão da felicidade

Que não tem mais onde ir.

Tenho andado desolado

Mas a nave do passado

Explodiu de vez no ar.

Mesmo sendo tão escuro

Ponho os olhos no futuro

E tento continuar.

Se você sentir saudade

E ao andar pela cidade

Vir a vontade de chorar

Saberá que a minha vida

Tão amarga e tão sofrida

Foi difícil de levar

Que eu fui feito uma criança

Cuja única esperança

Era um dia acordar

Em um mundo ensolarado

E na nave do passado

Sem remorsos embarcar.

Mas nós somos estudados

E sabemos que o passado

Ele não existe mais

Sei que tudo que existe

É só um presente triste

Onde os dias são iguais.

Alexandre Magno e Vidente
Enviado por Alexandre Magno em 24/09/2015
Reeditado em 27/09/2015
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