A dor de um sertanejo

Sei que não vou voltar

Pra rever o meu sertão

Aqui vivo humilhado

Devendo ao patrão

A divida nunca acaba

É uma escravidão

Lembro-me do meu pé de serra

De quando ouvia o trovão

A terra já preparada

Esperando a chuva no chão

Para plantar as sementes

E o alimento brotar do chão

Lá eu tinha amigos

Parecia até irmãos

Mesmo sem ter dinheiro

Tínhamos diversão

Festejam-se os santos

Com novena e leilão

Depois tem o forro

Com o povo da região

E no mês de junho

No dia de São João

Com suas comidas típicas

Fogueira e balão

E eu aqui lembrando

Com saudade do meu torrão

Me da uma dor no peito

E as lágrimas caem no chão

É triste um sertanejo

Honrado e trabalhador

Trabalha a vida inteira

E ainda não tem valor

Não poder nem voltar

Para o lugar que se criou

Vivendo aqui sozinho

Distante do meu amor

Sem o carinho dos filhos

É triste e muita dor

Espero quando eu morrer

E essa dor acabar

Que Deus no outro mundo

Me de um bom lugar

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 07/10/2015
Reeditado em 03/11/2015
Código do texto: T5407190
Classificação de conteúdo: seguro