Tristeza

É esse nó na garganta,

esse silêncio sofrido,

a lágrima que ferve na pupila,

e enrubesce minha face

é tristeza que não se desfaz,

que endurece no peito,

que incomoda de mais.

É o triste enferrujar das artérias,

coisa que sufoca os pulmões,

pior que o desiludir das paixões,

é substância que gangrena a vontade de viver

e nada explica.

Tristeza é peste que habita tecido pobre de amor,

é ferida podre,

é dor

que degenera o ser.