Luto em Mariana
O Doce rio que outrora corria aqui em seus muitos quilômetros,
Tentava beliscar o mar onde vivem douradas mulheres capixabas.
Mas ali chegaram as mineradoras com o delírio de ganho fácil,
Explorando o minério que repousava no ventre da Mãe Terra,
Trazendo a ilusão de progresso e abundância, deixando a destruição.
Todos se tornaram responsáveis pela agonia e morte do rio.
Os donos do Poder nada disseram em favor desta pobre terra,
Fonte de vida que como o rio, estrebucha ao calor do Sol do meio-dia.
Hoje a lama corre às margens, corre o tempo de abundância que se foi.
Em poesia, o Poeta, lá no fundo de um passado, fez soar a sua voz.
Hoje, sentado à beira do rio-lama, o Poeta chora.
Entre lágrimas sentidas murmura: - Luto em Mariana – Lute Mariana