autópsia do sonho

Morbidas são as lembranças

do enterro de meus sonhos

São armadilhas disfarçadas em sorriso

Um envenenamento diário

Apenas o padre e o coveiro

Após a última porção de terra

O padre ergue a batina

E pade para ser penetrado com a pá

Nem uma garoa nem um céu cinzento

Alguns anos à frente

Vem uma menina que amei

E aponta meu epitáfio(com foto talvez)

Veja mãe,como morreu jovem

E a mãe explica:

Este ai é aquele menino que se matou

e ninguém sabe porque.

pedro carmo
Enviado por pedro carmo em 30/09/2005
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