Aquele olhar

Eu não tinha este rosto tão desfigurado pelo tempo

Pensativo, tristonho, magro e sem esperança.

Nem estes olhos mortos, vazios e sem brilho.

Nem este lábio seco, amargo e calado.

Que não balbucia quase nada

Eu não tinha estas mãos enrugadas, sem força, sem vida.

Tão inertes gélidas e quase mortas;

E não tinha este coração amargurado

Que não reage a nada, que não tem nenhuma emoção.

Somente recorda da tristeza e solidão

A vida passou ligeiramente e tudo mudou bruscamente,

Tão rápido, tão incerto, tão efêmero.

Em que espelho ficou perdido

A minha face desfigurada pelo tempo?

Somente o destino dirá.

Antonio Magnani
Enviado por Antonio Magnani em 21/03/2016
Reeditado em 12/01/2023
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