De que sou feita?
De pétalas tem sido meu adamascado tapete de delitos
O crime do amar azedo em amargos oceanos de suspiros
e sei de mim a força menor destinada ao descaso maior...
De rosas obtive os espinhos que me custam dois destinos
e dedico meu labor suado ao trabalho de nada emprestar
o pouco de minha vidinha triste de honrada sem ninguém
Um destino para o fim imenso da paixão incerta, queridos
e outro de menor escala como relva saliente de desamor
um injusto pretendido ousou na impertinência lacrimejar!
A voz que me embarga, entonada casta, deseja o desafio
o de querer e pretender, mas jamais conforme pesadelos
a incontida hora de ser querida sem os desertos incolores
Pareço diferente de meu jardinal campo de anseios tôlos
o precioso tempo que me consumará no ocaso sem amor!
Eu perdida em salvas de prata condenada a decapitar-se
Oi, o ontem me disse! Ah, o amanhã retrucou! Assim foi!
E vieram a mim com disparates das juras quase eternas!
Eu, princesa de nenhum predestinar, dama abandonada!
Corro mundos e fatos e perco a história de meu sacrifício
Andarei as vastas ruas de cidades grandes sem conhecer
o instante de agrado que me dará a felicidade fronteiriça
Até onde andará o cavaleiro acostumado com meu sonho?