De que sou feita?

De pétalas tem sido meu adamascado tapete de delitos

O crime do amar azedo em amargos oceanos de suspiros

e sei de mim a força menor destinada ao descaso maior...

De rosas obtive os espinhos que me custam dois destinos

e dedico meu labor suado ao trabalho de nada emprestar

o pouco de minha vidinha triste de honrada sem ninguém

Um destino para o fim imenso da paixão incerta, queridos

e outro de menor escala como relva saliente de desamor

um injusto pretendido ousou na impertinência lacrimejar!

A voz que me embarga, entonada casta, deseja o desafio

o de querer e pretender, mas jamais conforme pesadelos

a incontida hora de ser querida sem os desertos incolores

Pareço diferente de meu jardinal campo de anseios tôlos

o precioso tempo que me consumará no ocaso sem amor!

Eu perdida em salvas de prata condenada a decapitar-se

Oi, o ontem me disse! Ah, o amanhã retrucou! Assim foi!

E vieram a mim com disparates das juras quase eternas!

Eu, princesa de nenhum predestinar, dama abandonada!

Corro mundos e fatos e perco a história de meu sacrifício

Andarei as vastas ruas de cidades grandes sem conhecer

o instante de agrado que me dará a felicidade fronteiriça

Até onde andará o cavaleiro acostumado com meu sonho?

Jurubiara Zeloso Amado
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 30/03/2016
Reeditado em 30/03/2016
Código do texto: T5590118
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