No Embalo da Agonia

Esfumada se esvai minha alegria

Tão sozinha, tão sozinha e tão sozinha

Unida à esta minha agonia sem fim

Perco a esperança na felicidade e em mim

Tão fraca, tão fraca e tão cansada

Rolo colina abaixo, a colina da ilusão

Me afundo, me esbaldo e me amparo

Em tristezas, fraquezas, dramas sem solução

Triste e doente, tenho perdas inalteráveis

Sem consolo, muito sofrida e sem dimensão

Mais triste na vida, em culpas insuportáveis

Forço por tudo para fora de novo, com a mão

O relógio canta no meu pesadelo real

A balança. . . me balança e me decanta

Me embalam e eu adormeço, ainda mal

Mas me entrego e descanso, tal criança!

CLEO FERIDA