Na janela

Por detrás da janela via a chuva

Cujos pingos em borrifo na vidraça

Retratavam o seu rosto impressionista.

Por detrás da janela via o sol

Seus raios ondulantes forte e quentes

Refletiam seus cabelos reluzentes.

Por detrás da janela via a lua

Via a luz prateada, pálida e fria

Gestando em seu corpo a sombra esguia.

Por detrás da janela via o vento

Soprando a folhagem em revoada

Tramando espesso manto na calçada.

Por detrás da janela via a vida

Que se foi porque breve sem aviso

Restando atrás dos vidros em agonia

As chinelas calçando a nostalgia.