Solidão Plangente

Solidão companheira. Algumas vezes desejada,

em outras odiada. Tão chorada, machucada!

Sempre comigo atada! Amiga silenciosa e sutil.

Por vezes boa conselheira, vezes má, que me leva à loucura.

Que mistério te envolve? Vens quando não és esperada.

Como uma sombra me segues. Pacientemente insistes!

Chegas sempre devagarzinho e sem permissão

acomoda-te de mim!

Por tantas vezes fujo de ti. Mas sempre me alcanças.

Fecho-te em armários, e esquecida e feliz caminho sem ti.

Mas de repente deparo-me defronte contigo.

Lá estás... presente, contínua em minha vida!

Até pensei ter-te afugentado do meu caminho.

E cheguei até a cantar de alegria por tua ausência!

Quando, sorteiramente apareces

no umbral da minha alma!

Que tenho eu contigo?

Acaso o meu Criador fez-me gêmea tua?

Até quando lutarei contigo?

Chego a acreditar que só ficarei livre de ti,

quando um dia eu voar além daqui.

Mas, com certeza, te atarás a outra vida,

assim como te fizestes a mim!

Aurinete Alencar
Enviado por Aurinete Alencar em 04/10/2005
Reeditado em 16/11/2007
Código do texto: T56618