Solidão Plangente
Solidão companheira. Algumas vezes desejada,
em outras odiada. Tão chorada, machucada!
Sempre comigo atada! Amiga silenciosa e sutil.
Por vezes boa conselheira, vezes má, que me leva à loucura.
Que mistério te envolve? Vens quando não és esperada.
Como uma sombra me segues. Pacientemente insistes!
Chegas sempre devagarzinho e sem permissão
acomoda-te de mim!
Por tantas vezes fujo de ti. Mas sempre me alcanças.
Fecho-te em armários, e esquecida e feliz caminho sem ti.
Mas de repente deparo-me defronte contigo.
Lá estás... presente, contínua em minha vida!
Até pensei ter-te afugentado do meu caminho.
E cheguei até a cantar de alegria por tua ausência!
Quando, sorteiramente apareces
no umbral da minha alma!
Que tenho eu contigo?
Acaso o meu Criador fez-me gêmea tua?
Até quando lutarei contigo?
Chego a acreditar que só ficarei livre de ti,
quando um dia eu voar além daqui.
Mas, com certeza, te atarás a outra vida,
assim como te fizestes a mim!