A morte morrida de nós

Uma porta pequena

Umas lágrimas em meu rosto

Eu vou entrando

Com meus pés tremendo

Não queria ver

Era um caixão

Eu estava debruçado

Sob um coração tão vivo

Que morreu bem ali

No meio de todos

Meu rio jogava pelo vidro

Era o silêncio dos outros

Quando meu choro

Tão ferido

O morto parecia eu

Eu não conseguia

Mais ver nada na minha frente

Você me deixou

Sem ao menos um adeus

Para entender

Levanto o meu rosto

E te vejo pela porta

Você me olha tão baixo

E eu tento saber

O que queres

Você nem me pergunta

Se eu estou bem

É como fosse um nada

E vais embora sorrindo

Sem uma despedida

Sei que meu coração desperta

O seu também

Mas você me prefere deitado

Sob aquele caixão

Que era o seu

Aquele que tanto amei

Aquele que tanto chorei.

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 09/06/2016
Reeditado em 09/06/2016
Código do texto: T5662040
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