Desalento
Quem é você, tristeza
que não pede licença pra entrar
aconchega-se em meu peito
se achando no direito
de minha paz perturbar
Que pensa que você é
Pra invadir minha vida
Machucando, fazendo ferida
Deixando minha alma abatida
Atentando contra minha fé
Que queres de mim, malfazeja
Silenciar minha prece
Que me cale e me feche
Sucumba na dor que esmorece
A esperança de tanta peleja
Em mim não farás morada
Não te dei meu endereço
Não te aceito, não te reconheço
Te rejeito a qualquer preço
Pra ver minha dor minorada
Não insista em me ferir
Não acabrunhe meu coração
Não de asas a sua ilusão
Pois nem você, nem a solidão
Me impedirão de sorrir.